Ave, Rauzito!
Este, sim, um mito
Que me faz pensar…
Em mais amar
Para além dos seus limites
Tão humanos
Da fragilidade
E desenganos
Raul me ensinou
A não me sentar…
“…no trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar”…
Desde então;
Não me sinto seguro
Emparedado atrás de um muro
Não quero minha liberdade guardada
Por uma cerca eletrificada
Não troco a serenidade
E a paz
Pela loucura
De andar
Com uma arma na cintura
Pobre de quem o faz
Nesses tempos brutos,
Não ponho minha fé
Em mitos corruptos
“Porque longe das cercas embandeiradas
[E das redes sociais, polarizadas]
Que separam quintais (e pessoas)
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora dum disco voador”…
É nele que eu vou…

 

Eduardo Machado
Educador, Escritor, apaixonado pelo ser humano, um católico que tenta, cada dia mais, tornar-se cristão.