O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando 22% do território nacional. Ele está presente na principalmente na região Sudeste e Centro-Oeste e, tendo em vista este cenário, é o ecossistema que mais sofreu com as alterações humanas. Pensando nisso, o professor da Dom Helder Escola de Direito, Humberto Macedo, idealizou um projeto que estimula a plantação de árvores da região em troca de livros.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, estima-se que 20% das plantas nativas já não existem mais em áreas protegidas e pelo menos 137 espécies de animais estão ameaçadas de extinção. Outro agravante para a preservação ambiental do Cerrado são as queimadas que atingem todo o país. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que atualmente existem 40.314 focos de incêndio em toda a extensão do bioma.
Entretanto, apesar da situação alarmante, o Brasil se destaca como um dos primeiros países a criar áreas de proteção ambiental, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). O Cerrado é o segundo bioma que mais possui espécies preservadas, com 8,99% de sua biodiversidade mantida em reservas naturais.
O bioma também possui grande importância na economia e na cultura nacional e foi inspiração para Guimarães Rosa em “Grande Sertão Veredas”. O livro, por sua vez, incentivou o professor Humberto Macedo a realizar um projeto que estimula a plantação de árvores em Belo Horizonte e Região Metropolitana.
Denominado “Projeto Leredas”, junção da conjugação do verbo “ler” com “Veredas” em homenagem à obra de Guimarães Rosa, a iniciativa também visa o estímulo à leitura. De acordo com Macedo, os estudantes plantam árvores e ganham livros como recompensa. Mais de 300 pessoas já participaram do projeto, que começou em 2016.
O professor ainda explica que todos podem participar, basta plantar uma árvore (seguindo as normas administrativas das cidades para tanto), tirar uma foto que comprove a ação e publicar nas redes sociais marcando o projeto. Hoje, ele está presente no Facebook e no Instagram. “Assim que o estudante faz todo o procedimento, entro em contato com ele e o presenteio com um livro, principalmente relacionado à sustentabilidade ambiental. Importante ainda ressaltar que outros professores e amigos colaboram doando livros e também plantando árvores”, comenta Macedo.
Todos os interessados podem participar do projeto e, com isso, ajudar na preservação e no reflorestamento do Cerrado. “O projeto é muito real e tem grande significado para mim. Com ele estimulamos duas grandes iniciativas que é a proteção do meio ambiente e o estímulo à leitura”, destaca o docente.
Bárbara Teixeira – Necom Dom Helder e EMGE